Por “produtos coloniais”, entende-se um conjunto de produtos tradicionalmente processados no estabelecimento agrícola para o autoconsumo familiar e/ou comercialização, tais como derivados da carne suína (salames, dentre outros embutidos), derivados do leite (queijo colonial, dentre outros), doces e geleias de frutas, conservas de hortaliças, massas e biscoitos, açúcar mascavo, sucos e vinho, dentre outros.
Produtos coloniais são sempre apreciados pelos consumidores, principalmente porque o sabor é bem diferente dos industrializados. Porém, é importante ressaltar que produtos coloniais são apenas feitos em pequena escala, mas em padrões de higiene semelhantes ao praticado por grandes empresas, com instrumentos adequados, em locais limpos, com armazenamento, distribuição e venda que garantam a qualidade do produto. Para fabricar ou envazar qualquer produto de origem animal, o produtor precisa ter um selo de inspeção municipal.
No Rio Grande do Sul, se destacam as produções coloniais de queijos e geléias. O queijo colonial é um produto próprio da região Sul do País produzido a partir de leite cru ou pasteurizado. Em meados de 1875, esta receita foi trazida por imigrantes italianos e alemães. Esse povo instalou-se na Serra Gaúcha e no Vale do Taquari, migrando posteriormente para outras regiões e Estados. Inicialmente, sua produção era voltada ao consumo interno e meio de troca, porém, com a necessidade de agregar valor à produção de leite e aumentar a renda, passou-se a comercializá-lo, mantendo essa atividade até hoje. As características organolépticas desse alimento são dependentes de fatores como estado nutricional do animal, raça, período de lactação, processo de fabricação entre outros. Esse queijo pode ser definido como queijo cuja produção segue métodos tradicionais, com sabor picante e composição variável classificando-se, frequentemente, como de média ou alta umidade, conhecido por massa branda ou macia.
A fabricação de queijos envolve alguns procedimentos gerais e outros específicos de cada tipo. O leite utilizado na produção de queijos frescos deve, obrigatoriamente, ser submetido ao tratamento térmico de pasteurização. Para os que passam pelo período de maturação antes do consumo, o leite poderá ser utilizado cru, dependendo do tipo de queijo. A legislação brasileira, porém, exige que os queijos produzidos com leite cru sejam comercializados após 60 dias de maturação. A Instrução Normativa (IN) N°74 de 16/12/11 do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) determina que, quando elaborado a partir de leite cru, o queijo deve ser maturado pelo período determinado pela legislação.
O queijo colonial ainda não possui parâmetros legais de identidade e qualidade, podendo ser fabricado de diversas maneiras, desde que respeite os requisitos microbiológicos previstos pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa).
Já, de um processo um pouco mais simples, se tratando das geleias que são obtidas pelo cozimento, em água, de frutas inteiras ou em pedaços, obtendo-se um suco por meio da filtração. Ao suco filtrado adiciona-se açúcar e deixa-se concentrar até que alcance uma consistência gelatinosa. A engenharia e a química da produção de alimentos implicam que até mesmo os movimentos de mistura no cozimento podem afetar no sabor resultado das reações físicas e químicas dos processos e é, por isso, que percebemos tanta diferença ao adquirir produtos coloniais de diferentes produtores.
As produções coloniais encantam o público por seu sabor único e cada produtor constrói seu mercado consumidor a partir das características que seu produto traz. Ao atingir o sabor ideal, é necessário reproduzi-lo de modo a manter cada indivíduo consumidor encantado como da primeira vez! Isso é atingido mais facilmente por meio da padronização do processo, utilizando de ferramentas que auxiliam na organização interna para que todas as produções sigam a mesma conduta.
Abaixo, vemos uma tabela montada por um grupo de pesquisa da Universidade Federal de Santa Maria, em função da importância que os indivíduos dão a cada fator da qualidade dos produtos coloniais que consomem.

No mercado, produções de pequena escala são capazes de crescer para alta se bem conduzidas. A Equaliza Engenharia pode ajudar você, produtor, a minimizar desperdícios, padronizar seu processo e maximizar os lucros trazidos por um tempo otimizado de produção! Entre em contato com a gente e agende uma reunião sem compromisso.
Referências
SEBRAE. Agricultura familiar e a produção do queijo colonial no RS. Disponível em: https://sebraers.com.br/agroindustria-peq/agricultura-familiar-e-a-producao-do-queijo-colonial-no-rs/. Acesso em: dia mês ano.
INSTITUTO DE ECONOMIA AGRÍCOLA. A produção do queijo colonial em São Paulo. Revista de Economia e Agronegócio, v. 8, n. 1, 2011. Disponível em: http://www.iea.agricultura.sp.gov.br/ftpiea/publicacoes/rea/2011/rea8-1-11.pdf. Acesso em: dia mês ano.
FOLHA DE CAMPO LARGO. Produto colonial não é sinônimo de alimento sem rótulo e sem fiscalização. Disponível em: https://www.folhadecampolargo.com.br/noticias/geral/produto-colonial-nao-e-sinonimo-de-alimento-sem-rotulo-e-sem-fiscalizacao-44008. Acesso em: dia mês ano.
SILVA, Alexandre da; LISBOA, Rodrigo da Silva; SOUZA, Renato Santos de; ARBAGE, Alessandro Porporatti. O varejo de produtos coloniais na região central do Rio Grande do Sul. Agecon Search, 2008. Disponível em: https://ageconsearch.umn.edu/record/109112/?v=pdf. DOI: 10.22004/ag.econ.109112.
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